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Este post é junta dois textos originalmente publicado na edição de 4 de Setembro do DN Gente com os títulos 'Um compositor para o nosso tempo' e 'Um disco para dois pianos'
Uma consulta ao blogue que encontramos no site oficial de Timothy Andres mostra posts onde se fala de bicicletas, de um sumo que mistura laranjas, limas, limões e toranjas, de recordações de um concerto recente dos Arcade Fire no Madison Square Garden (Nova Iorque) ou um vídeo do YouTube com música de Charles Ives. Ocasionalmente, refere a sua própria música, ora para confessar que leu uma má crítica sobre Shy and Mighty (o seu primeiro disco, recentemente editado pela Nonesuch), ou para chamar a atenção para a estreia de um grupo de músicos no qual está integrado e que se apresenta como Sleeping Giant. Nascido em 1985, Timothy Andres é um compositor do nosso tempo. E por isso usa as ferramentas de comunicação do presente, partilhando com os que o ouvem, além da música, os elementos, lugares e histórias que fazem o seu do dia-a-dia. Afinal, é um cidadão do mundo em pleno século XXI.
Cresceu no Connecticut rural e vive há já algum tempo em Brooklyn (Nova Iorque). Era, como confessa em entrevista no booklet do disco, "uma criança problemática", lembrando que a sua escola "não gostava da ideia" de o ver a passar muitas horas ao piano. Frequentou uma escola vocacionada para as artes que abandonou aos 16 anos, optando por ficar um ano a trabalhar na sua música, em casa, antes de se candidatar à universidade. A sua formação musical fê-lo passar pela Julliard School of Music e, mais tarde, pela Universidade de Yale. E foi aí que, a um interesse original por compositores como Bartók, Mahler, Ives, Copland ou Bernstein, acrescentou uma admiração pela música de nomes como os Radiohead, Brian Eno, Boards of Canada, Múm, LCD Soundsystem ou Sigur Rós. Como descreve na mesma entrevista no booklet do CD, os seus dois primeiros anos na universidade corresponderam "a uma combinação da descoberta dos minimalistas e da música pop em simultâneo". Assimiladas todas estas descobertas, sentiu uma necessiade de compor de forma diferente. Shy and Mighy surge de resto nesta linha de pensamento.
Alex Roos (autor de O Resto É Ruído) afirmou já que a sua música atinge uma grandiosidade "que não se ouvia na música americana desde John Adams", mas frisa que Timothy Andres "soa a si mesmo".
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Imagens de uma actuação de Timothy Andres e David Kaplan em Nova Iorque, onde interpretam Night Jaunt, do álbum Shy and Mighty.