Continuamos a publicação de uma entrevista com Andy McCluskey, dos OMD, que serviu de base ao artigo “Hoje é cool sar a Orchestral Manouvres In The Dark”, publicada no DN a 9 de Setembro.
Imaginam um futuro para os OMD com mais discos?
Estamos muito felizes por ter tido a hipótese de fazer este disco. Nunca pensámos que faríamos um novo disco da mesma forma que há cinco anos não imaginaríamos que regressaríamos a um palco... Há 15 anos estávamos terrivelmente fora de moda. Foi na altura do brit pop, uma reinvenção dos anos 60... E nesses dias uma banda com sintetizadores estava fora de moda. Agora estamos na moda. É cool soar como os OMD. Eu parei em 1996 não porque quisesse parar, mas porque não sabia mais o que fazer. Sentia que estava como se estivesse a dar cabeçadas na parede. Foi bom fazer este disco e já temos ideias para um outro. O excitante é que nos sentimos como se tivessemos 19 anos de novo. Estamos a fazer este disco como os que fizemos quando tinhamos 19 anos. Ou seja, para nós! E não queremos saber o que os outros pensam. Queriamos apenas ter uma conversa connosco. Um pouco como acontecera com os nossos quatro primeiros álbuns. Ninguém nos podia dizer então o que fazer e não queriamos saber se se vendia ou não.
E o que mudou depois desses quatro primeiros álbuns?
Tomámos a consciência de que tinhamos um emprego, que havia contas para pagar, o Paul estava casado... E tinhamos de fazer discos que resultassem comercialmente. Consciente e inconscientemente estávamos mais a jogar pelo seguro.
Foi dificil escolher um single para ser o cartão de visita de History Of Modern?
Muito! Havia várias possibilidades, mas no fim demos a escolha aos programadores de rádio. O single [If You Want It] não quer dizer que aquela seja a melhor canção do álbum. Tem um papel a cumprir, sobretudo nesta altura em que não estamos no radar das pessoas. É para que se chege à rádio e assim se saiba que há um novo álbum de OMD. Que estamos vivos... Os fãs gostam do lado mais bizarro dos OMD. Mas o single não é uma bandeira! É apenas uma canção para ser tocada na rádio. É para as pessoas que não vão ao nosso site! Para que saibam que há um disco novo.
A canção Sister Mary Says tem 30 anos. Ou seja, entre novas composições encontramos ecos da vossa própria história.
Há apenas algumas canções antigas. O Sister Mary Says tem uma melodia de 1981 e uma letra de 1994... O Green, tem uma voz gravada há 16 anos... Mas a canção só funcionou quando o Paul lhe meteu as mãos e a reprogramou completamente. A maior parte do disco foi feito nos últimos anos.