Mais um livro para ler em tempo de verão, neste caso falando em concreto da forma como viajamos.
Nem todos os livros sobre viagens são necessariamente pensados como eventusais guias ou registos de experiências concretas pensando naqueles que, depois, por aqueles lugares poderão passar (ou que, sem a hipótese de o fazer, é naquelas páginas que fazem as suas descobertas). A Arte de Viajar, de Alain de Botton é, acima de tudo, uma reflexão sobre a forma como viajamos. Mais que procurar rotas e destinos (onde acaba depois por passar, é certo), o filósofo coloca antes o foco das suas atenções no viajante. Sobre o que sentimos antes de viajar, como vivemos as descobertas que fazemos em viagem, e como mais tarde, já de regresso, acabamos por recordar as experiências que vivemos. Este conjunto de reflexões passa inevitavelmente por hotéis e aeroportos. Pelas paisagens urbanas e rurais. E chama por vezes a presença de nomes como Flaubert, Hopper ou Baudelaire figuras, todas elas, inspiradas por viagens.