sexta-feira, agosto 20, 2010

O seu nome é Salt... Evelyn Salt


O fim da guerra fria foi das melhores notícias que o mundo conheceu em finais do século XX, mas das piores para o universo das histórias de espiões e agentes secretos, James Bond (por exemplo) que o diga… Ao retomar uma trama com sabor a velhas contendas dos dias da guerra fria, “acordando” uma rede de agentes russos durante largos anos adormecidos em solo americano, Salt acaba por dar-nos um dos mais entusiasmantes filmes do género dos últimos anos.

Originalmente pensada para Tom Cruise, mas rescrita para Angelina Jolie, a narrativa de Salt toma como ponto de partida um antigo programa de criação de super-agentes sob as ordens do KGB do qual um informador chega a Nova Iorque. Com as suas palavras vem o alerta para um eventual atentado. E o nome de um agente do KGB supostamente infiltrado nos serviços secretos americanos. Chama-se Evelyn Salt, nada mais nada menos que a agente que conduz o interrogatório e que, sob o olhar atónito dos colegas de trabalho, não perde dois segundos a somar um mais um. E, num edifício onde não faltam sistemas de segurança, tenta fugir…

Este é o ponto de partida para uma narrativa que junta uma bem tempetrada trama de espiões (com as inevitáveis surpresas pelo meio, umas mais previsíveis, outras nem por isso), com vitaminas de acção quanto baste, a realização de Phillip Noyce e o ritmo de montagem contribuindo somando valor acrescentado ao todo. De facto, e para chegar ao patamar James Bond faltam apenas as cenas de casino, os fatos engomados, as engenhocas de Q e as cenas de sedução. Salt não tem tempo para estas últimas, vive bem da roupa que desenrrasca num corredor de hotel entre as que a lavandaria devolve aos quartos, e passa bem sem as vivências chiques do espião 007. Mas, e o espião de Sua Majestade que esteja atento, Salt revela uma história de acção e agentes secretos de um calibre como há muito não vemos num filme de James Bond.



Imagens do trailer de Salt.