Eels
“Tomorrow Morning”
E Works / Nuevos Medios
4 / 5
O segundo álbum que 2010 vê nascer com assinatura Eels é o terceiro disco que Mark Oliver Everett (que é como quem diz, ‘E’) compôs em sequência sob uma lógica que quase ajusta à noção de disco “conceptual”. Na verdade cada um destes últimos três títulos apresenta uma identidade demarcada, desde o olhar interessado da noção de desejo em Hombre Lobo (2009) ao desencanto, sobretudo desenhado em canções acústicas, que habitavam End Times (já deste ano), disco que reflectia ainda a dor por uma separação. Contudo, num contraste evidente com as trovas de mágoa e solidão que habitavam o alinhamento deste último disco, o novo Tomorrow Morning revela um espírito que reencontrou a luz, lembrando o ‘E’ mais festivo e optimista que lembramos de álbuns como Dasies Of The Galaxy ou Blinking Lights and Other Revelations. Ecléctico nas ferramentas convocadas às canções (em alguns instantes com mais electrónicas que o habitual), Tomorrow Morning escuta reencontros com ecos da própria obra de Eels, o irresistível Spectacular Girl evocando tons que caracterizavam algumas das canções-chave do alinhamento de Beautiful Freak (o álbum de estreia, em 1996), o mais contido I’m A Hummingbird parecendo, por outro lado, estabelecer uma ponte com Little Bird, do outro disco editado este ano. Há vários instantes instrumentais, um deles na recta final de This Is Where It Gets Good, outra das canções que garantem a luminosidade que se revela a característica que une (e, lá está, garante o “conceito”) o disco. Diz a “regra” que a dor gera a grande arte. Em Tomorrow Morning ‘E’ sublinha que o reencontrar da felicidade também pode representar uma boa fonte de inspiração.
“Tomorrow Morning”
E Works / Nuevos Medios
4 / 5
O segundo álbum que 2010 vê nascer com assinatura Eels é o terceiro disco que Mark Oliver Everett (que é como quem diz, ‘E’) compôs em sequência sob uma lógica que quase ajusta à noção de disco “conceptual”. Na verdade cada um destes últimos três títulos apresenta uma identidade demarcada, desde o olhar interessado da noção de desejo em Hombre Lobo (2009) ao desencanto, sobretudo desenhado em canções acústicas, que habitavam End Times (já deste ano), disco que reflectia ainda a dor por uma separação. Contudo, num contraste evidente com as trovas de mágoa e solidão que habitavam o alinhamento deste último disco, o novo Tomorrow Morning revela um espírito que reencontrou a luz, lembrando o ‘E’ mais festivo e optimista que lembramos de álbuns como Dasies Of The Galaxy ou Blinking Lights and Other Revelations. Ecléctico nas ferramentas convocadas às canções (em alguns instantes com mais electrónicas que o habitual), Tomorrow Morning escuta reencontros com ecos da própria obra de Eels, o irresistível Spectacular Girl evocando tons que caracterizavam algumas das canções-chave do alinhamento de Beautiful Freak (o álbum de estreia, em 1996), o mais contido I’m A Hummingbird parecendo, por outro lado, estabelecer uma ponte com Little Bird, do outro disco editado este ano. Há vários instantes instrumentais, um deles na recta final de This Is Where It Gets Good, outra das canções que garantem a luminosidade que se revela a característica que une (e, lá está, garante o “conceito”) o disco. Diz a “regra” que a dor gera a grande arte. Em Tomorrow Morning ‘E’ sublinha que o reencontrar da felicidade também pode representar uma boa fonte de inspiração.