sexta-feira, julho 16, 2010

Reedições:
A-ha, Hunting High and Low


A-ha
“Hunting High and Low”

Warner Music
3 / 5

Foi há 25 anos. Tinham deixado a sua Noruega natal alguns anos antes e encontrado nova casa em Londres. O objectivo era apenas um: fazer uma carreira na música pop. Dois dos elementos do trio já tinham tentado uma primeira vez, com uma banda anterior, que não tinha resistido a uma viagem de regresso à casa partida (ler Noruega). Com novo recruta a bordo (o vocalista), e com novo nome, os A-ha regressaram a Londres em 1983. Encontraram um estúdio onde trabalhar nas horas sem ocupação e, aí, o entusiasmo de um técnico (com boas ligações a profissionais da indústria discográfica) que neles acreditou. Gravaram meses a fio, durante 1983, ao mesmo tempo que iam mudando de apartamentos para rendas cada vez mais baratas, apertando igualmente o cinto noutras despesas… No estúdio tocaram para várias editoras, a Warner acabando por assiná-los- Chamaram o ex-New Musik Tony Mansfield para a produção, gravaram quase todo um álbum mas o primeiro single, numa versão dieta de Take On Me terá vendido apenas umas 300 cópias. Nova versão, com novo produtor e, finalmente, novo teledisco (o tal, com animação e imagem real) fizeram de Take On Me o cartão de visita certo e, em finais de 1985, o single era tocado pelo mundo fora e o álbum de estreia, Hunting High and Low era sucesso pop no circuito mainstream global. Com os Duran Duran em pousio, os A-ha tomaram o seu lugar nas capas das revistas pop. Contudo, e como o álbum Hunting High and Low o mostra, os caminhos musicais que então talhavam não eram exactamente os mesmos, os A-ha procurando então uma pop onde a presença das electrónicas revelava uma relação textural diferente com as canções, aqui mais próxima da condução da melodia e da sustentação rítmica, assim como traduzindo um gosto de artes finais algo sinfonistas, o alinhamento revelando uma abertura de horizontes que, de tão dispersa, não conduz o disco em nenhum sentido particular. Na verdade, e como se constataria em futuros álbuns do trio norueguês, pouca história há que contar na sua música além dos singles que cada álbum deu a conhecer (foram muitos e alguns deles bem bons, é verdade). Mesmo assim, Hunting High and Low foi o mais bem vitaminado dos seus álbuns, a presente reedição juntando além dos lados B e das remisturas dos máxis uma impressionante colecção de maquetes de 1983 e 84 que ilustram a pré-história do disco (sendo espantosas as distâncias que separam as versões originais de Take On Me e do tema-título das formas que o mundo depois escutou em disco).