Robyn
“Body Talk – Pt. 1”
Konitchiwa Records / Universal
4 / 5
Não são um nem dois… São três os discos que a sueca Robyn vai editar este ano, formando um tríptico unido sob a designação Body Talk. A “parte um” acaba de chegar a disco e confirma as expectativas (e eram muitas) de quem há muito esperava pelo sucessor do disco homónimo que, editado na Suécia há cinco anos, foi gradualmente chegando depois a outras paragens, captando a atenção de Madonna (para quem fez primeiras partes na última digressão, Lisboa tendo morado na agenda de ambas) e inscrevendo With Every Heartbeat tanto entre a lista das grandes canções pop da última década como lhe deu lugares de destaque em tabelas de vendas em diversos territórios. Body Talk Pt. 1, que assim é o quinto álbum de originais de Robyn, volta a mostrar como é possível talhar uma carreira na pop entre a vontade de explorar identidade e relacionamentos com a linha da frente da invenção e, em simultâneo, abrir uma relação de comunicação com o circuito mainstream. O “rebuçado” popular serve-se em Dancing On My Own, canção pop electrónica com alma luminosa com um potencial de sedução em várias latitudes. Sem vetar nunca a presença à possibilidade de manter essa mesma relação com um público mais vasto no resto do alinhamento, o certo é que faz depois questão de marcar terreno com sinais que, seja no pulsante dinamismo electro de Dont’t xxxxxxx Tell Me What To Do, a colaboração com Diplo em Dancehall Queen ou a revisitação da memória tradicional sueca em Jag Vet En Dejlig Rosa, sublinham uma relação primordial com uma identidade atenta aos caminhos da invenção no presente. Body Talk – Part 1, com um alinhamento de apenas oito canções (a conta ideal para um álbum, entenda-se) é uma belíssima colecção de canções da melhor pop electrónica do nosso tempo. Se o tríptico mantiver este nível, Robyn será necessariamente uma das figuras pop de 2010.