Fernando Lopes assumindo a personagem de um cineasta angustiado pelo facto de a sua câmara ter deixado de funcionar. Filipe Duarte, como homem do lixo, fascinado pelo seu interlocutor, à beira de entrar numa vertigem "irreal" cuja base é, afinal, a realidade do próprio cinema. O filme chama-se Senhor X, tem assinatura de Gonçalo Galvão Teles, e integra a secção competitiva nacional do Curtas 2010. É um exemplo simples, mas motivador, de um cinema que não abdicou de uma dimensão de transcendência que a televisão não contempla (e até, metodicamente, vai destruindo). Voto também muito simples, e nada transcendente: que Senhor X possa passar nas salas de cinema.