Furniture
“The Wrong People”
Cherry Red
3 / 5
Durante longos anos os Furniture foram regulares visitas de antologias de canções que deram nas vistas nos oitentas, muitas vezes alinhando também entre a multidão de one hit wonders que a memória recorda ao som da “tal” canção que a história pop resolveu não esquecer… Foi Brilliant Mind a banda sonora recorrente dessas eventuais incursões pela memória do grupo, nascido em Londres, em pleno clima pós-punk, em 1979. O grupo, na verdade, não limitou a sua actividade (e obra) a esse single que deu que falar em 1986 e, convenhamos, ainda hoje, mesmo claramente datado, sabe bem voltar a escutar, recordando o som algo característico de alguma pop alternativa que chamava atenções além do seu nicho por aqueles dias… Apesar de relativamente invisíveis desde então, os Furniture mantiveram-se activos até à chegada dos noventas, a sua discografia apresentando um lote de quatro álbuns de originais, uma antologia e uma mão cheia de singles. Depois da separação, alguns dos elementos do grupo partiram para formar os Transglobal Underground. Outros dedicaram-se ao jornalismo musical (Jim Irvin fazendo inclusivamente importante carreira na Mojo). A reedição de The Wrong People, o seu terceiro álbum (originalmente lançado em 1986) recorda uma banda que, de facto, não se esgota em Brilliant Mind (aqui incluído) nem no som que serviu esse pontual êxito único na obra do grupo. Entre o alinhamento (que aqui acolhe lados B, remisturas e algumas maquetes) revela-se uma banda que não se fechou num único rumo ou demanda, experimentando antes uma ginástica de formas e soluções que garantem ao alinhamento uma invulgar versatilidade, num espaço com alguma afinidade com uma ideia de pop de horizontes vastos que então acontecia em torno de bandas como os China Crisis ou Aztec Camera. Não se repete a excelência de Brilliant Mind, de facto. Mas Love Your Shoes (também foi single) ou The Sound Of The Bell são canções que não merecem ser toldadas pela força que o rótulo “one hit wonder” tantas vezes lança sobre a canção a que acaba muitas vezes reduzida a memória de uma obra.
“The Wrong People”
Cherry Red
3 / 5
Durante longos anos os Furniture foram regulares visitas de antologias de canções que deram nas vistas nos oitentas, muitas vezes alinhando também entre a multidão de one hit wonders que a memória recorda ao som da “tal” canção que a história pop resolveu não esquecer… Foi Brilliant Mind a banda sonora recorrente dessas eventuais incursões pela memória do grupo, nascido em Londres, em pleno clima pós-punk, em 1979. O grupo, na verdade, não limitou a sua actividade (e obra) a esse single que deu que falar em 1986 e, convenhamos, ainda hoje, mesmo claramente datado, sabe bem voltar a escutar, recordando o som algo característico de alguma pop alternativa que chamava atenções além do seu nicho por aqueles dias… Apesar de relativamente invisíveis desde então, os Furniture mantiveram-se activos até à chegada dos noventas, a sua discografia apresentando um lote de quatro álbuns de originais, uma antologia e uma mão cheia de singles. Depois da separação, alguns dos elementos do grupo partiram para formar os Transglobal Underground. Outros dedicaram-se ao jornalismo musical (Jim Irvin fazendo inclusivamente importante carreira na Mojo). A reedição de The Wrong People, o seu terceiro álbum (originalmente lançado em 1986) recorda uma banda que, de facto, não se esgota em Brilliant Mind (aqui incluído) nem no som que serviu esse pontual êxito único na obra do grupo. Entre o alinhamento (que aqui acolhe lados B, remisturas e algumas maquetes) revela-se uma banda que não se fechou num único rumo ou demanda, experimentando antes uma ginástica de formas e soluções que garantem ao alinhamento uma invulgar versatilidade, num espaço com alguma afinidade com uma ideia de pop de horizontes vastos que então acontecia em torno de bandas como os China Crisis ou Aztec Camera. Não se repete a excelência de Brilliant Mind, de facto. Mas Love Your Shoes (também foi single) ou The Sound Of The Bell são canções que não merecem ser toldadas pela força que o rótulo “one hit wonder” tantas vezes lança sobre a canção a que acaba muitas vezes reduzida a memória de uma obra.