Crystal Castles
“Crystal Castles”
Fiction / Universal
4 / 5
Quando uma banda com um percurso desenhado entre pragmatismos lo-fi e um certo gosto pelo ruído (até mesmo o caos) resolve “arrumar” a casa há sempre quem tema pelo pior, mas na verdade temos conhecido suficientes histórias de carreiras que, com inteligência, souberam dosear esse vontade de arrumação sem perder marcas de personalidade. Dos Animal Collective ao colectivo que hoje acompanha Ariel Pink, a “arrumação” acabou mesmo por nos conduzir aos seus melhores discos. E os canadianos Crystal Castles juntam agora o seu segundo álbum, ao qual voltaram a chamar, simplesmente, Crystal Castles, a essa lista de bem sucedidas operações de “arrumação”… Dois anos depois de um merecidamente elogiado álbum de estreia, a dupla canadiana propõe aqui um dos mais entusiasmantes discos feitos da relação das electrónicas com a canção que ouvimos este ano. Na verdade o que aqui se escuta resulta de um trabalho que, sem esquecer feitos anteriores, procura caminhar rumo a uma mais clara moldagem das ideias, por vezes enfrentando o formato da canção (como se escuta no espantoso Celestica) outras ensaiando mais claramente o tactear das dinâmicas da pista de dança (Baptism), não abdicando nunca de uma ideia cénica que assegura uma riqueza textural assombrada que se mantém bem presente. Chamado a co-produzir alguns dos temas, Jacknife Lee é importante contributo num disco que convoca ainda, embora via sample, contributos de Stina Nodenstam e Sigur Rós (a voz de Jonsi em Year Of Silence gerando um dos melhores momentos do disco). Curiosa é ainda a versão de Not In Love, canção dos hoje praticamente esquecidos Platinum Blonde, banda canadiana dos oitentas que, pela imagem (e não a música) chegou a ser comparada aos Duran Duran… Ao cabo de 14 temas, Crystal Castles é um disco que assinala de forma entusiasmante um novo capítulo na obra de uma banda que, sem perder o seu estatuto de aclamação indie, tem agora pela frente um mais vasto patamar de comunicação para outros públicos.
“Crystal Castles”
Fiction / Universal
4 / 5
Quando uma banda com um percurso desenhado entre pragmatismos lo-fi e um certo gosto pelo ruído (até mesmo o caos) resolve “arrumar” a casa há sempre quem tema pelo pior, mas na verdade temos conhecido suficientes histórias de carreiras que, com inteligência, souberam dosear esse vontade de arrumação sem perder marcas de personalidade. Dos Animal Collective ao colectivo que hoje acompanha Ariel Pink, a “arrumação” acabou mesmo por nos conduzir aos seus melhores discos. E os canadianos Crystal Castles juntam agora o seu segundo álbum, ao qual voltaram a chamar, simplesmente, Crystal Castles, a essa lista de bem sucedidas operações de “arrumação”… Dois anos depois de um merecidamente elogiado álbum de estreia, a dupla canadiana propõe aqui um dos mais entusiasmantes discos feitos da relação das electrónicas com a canção que ouvimos este ano. Na verdade o que aqui se escuta resulta de um trabalho que, sem esquecer feitos anteriores, procura caminhar rumo a uma mais clara moldagem das ideias, por vezes enfrentando o formato da canção (como se escuta no espantoso Celestica) outras ensaiando mais claramente o tactear das dinâmicas da pista de dança (Baptism), não abdicando nunca de uma ideia cénica que assegura uma riqueza textural assombrada que se mantém bem presente. Chamado a co-produzir alguns dos temas, Jacknife Lee é importante contributo num disco que convoca ainda, embora via sample, contributos de Stina Nodenstam e Sigur Rós (a voz de Jonsi em Year Of Silence gerando um dos melhores momentos do disco). Curiosa é ainda a versão de Not In Love, canção dos hoje praticamente esquecidos Platinum Blonde, banda canadiana dos oitentas que, pela imagem (e não a música) chegou a ser comparada aos Duran Duran… Ao cabo de 14 temas, Crystal Castles é um disco que assinala de forma entusiasmante um novo capítulo na obra de uma banda que, sem perder o seu estatuto de aclamação indie, tem agora pela frente um mais vasto patamar de comunicação para outros públicos.