sexta-feira, maio 07, 2010

Novas edições:
Vários, Kitsuné Maison - 9

Vários
“Kitsuné Maison – Volume 9: Petit Bateau Edition”
Kitsouné
2 / 5

É inevitável. Não que seja coisa do destino. Mas mais volume menos volume, mais ano, menos ano, as grandes séries de compilações que, em dada etapa da sua existência chegaram a marcar a linha da frente das atenções, acabam por perder consequência e transformam-se numa monótona rotina de mais do mesmo… Foi assim com séries que fizeram a história da música popular recente, como por exemplo a Tottaly Wired (ligada à divulgação do acid jazz em inícios dos noventas), a Rebirth Of Cool (centrada no jazz hip hop e periferias), a Pay It All Back (via On-U Sound System, um importante espaço de invenção dub também nos anos 90) ou até mesmo a Volume (com CD e livro que representou importante complemento ao jornalismo musical, também dos noventas)… A série francesa Kitsuné Maison, cujo primeiro volume data de 2005, foi marcante na exposição de ideias electro de alma indie, chegando mesmo a divulgar uma série de nomes como, entre outros, os Digitalism, Yelle, Klaxons, Simian Mobile Disco, Late Of The Pier, Teenagers ou Autokratz antes de alguns deles se tornarem globalmente reconhecidos. Ao nono volume, contido, a ideia parece deslaçar... As edições vinham a perder viço e ideias há já algum tempo, mas é com este volume que a Kitsuné Maison pela primeira vez mostra uma selecção abaixo dos mínimos olímpicos. Dividida entre uma nova cultura pop de alma electro que pisca o olho a sonhos mainstream e ecos de caminhos outrora percorridos, este nono volume é uma mão cheia de quase nada. As poucas entre as boas ideias aqui reunidas moram claramente longe das esferas indie de outros tempos (em concreto Fenesch-Soler, Hurts e uma proposta mais evidente para a pista de dança via Yuksek). Há uma curiosa citação a memórias dos Krafterk de meados de 70 em La Vie Moderne (Logo). Há uma remistura decente dos Two Door Cinema Club e uma colaboração de Yelle em Cooler Couleur (Crookers). E pouco mais… Está na hora de encontrar novo rumo para a “casa” Kitsuné, sob pena passar do patamar de uma certa costura requintada que ditava a moda a um banal pronto a vestir que se limita a seguir a moda dos outros.