quinta-feira, maio 20, 2010

Novas edições:
Os Pontos Negros,
Pequeno-Almoço Continental

Os Pontos Negros
“Pequeno Almoço Continental”
Mercury / Universal
3 / 5

Em tempos eram um nome promissor entre uma família, valendo parte das primeiras atenções pela sua inclusão num colectivo que se afirmava, em finais dos anos zero, como um dos mais vibrantes pólos de invenção de um reencontro do rock (e afins) com a língua portuguesa. Mas tal como sucedeu a alguns outros nomes igualmente revelados pela Flor Caveira, que o panorama da música local entretanto acolheu com entusiasmo, os Pontos Negros ultrapassaram o patamar do espaço de culto em que em tempos caminharam esses primeiros passos. E são hoje um dos mais interessantes (e cada vez mais raros) casos da sua geração com carreira discográfica a bordo de uma multinacional. O seu terceiro álbum (o segundo para a editora) não só é mais um passo seguro na definição de uma linguagem como promove o aprofundar das ideias e a busca de alguns novos sinais, sem que isso represente, de alguma forma, um corte com as suas heranças. Pelo contrário, Pequeno Almoço Continental é um disco que representa um caso de evolução na continuidade, as novas canções partindo de uma base de trabalho já assimilada, de novo trazendo sobretudo um renovado interesse no trabalho dos arranjos, revelando igualmente uma mais visível presença das teclas, que conferem ao alinhamento mais cor e um alargamento de horizontes. Continuam num bom caminho.