The National
“High Violet”
4AD / Popstock
4 / 5
É o disco de que hoje se fala. E não é por acaso. Entrados em cena em inícios dos anos zero com um álbum homónimo, levaram algum tempo a cativar atenções. Os primeiros sinais de “alerta” chegaram em Sad Songs For Dirty Lovers, em 2003. Mas foi apenas mais tarde, quando entre os álbuns Aligator (2005) e The Boxer (2007) fixaram uma identidade e respectiva linguagem, que o nome The National entrou num patamar claramente visível dentro do espectro do panorama indie rock. Melancolia projectada em canções bem construídas e com horizontes largos, herdeira de escolas maiores da vida pop/rock “alternativa” dos últimos 30 anos (Joy Division e The Smiths entre as fileiras, a música dos The National atingiu assim um ponto de invulgar unanimidade a caminho do final da década dos zeros. E é assim que, perante a chegada de novo episódio, High Violet surgisse como eventual candidato a garantir ao grupo norte-americano o “salto” para um outro nível, com visibilidade agora à escala global… A potencialidade, convenhamos, está claramente expressa num lote de canções que não escondem horas de meticulosa reflexão, a voz profunda de Matt Beringer ajustando-se a uma cenografia de arranjos de grande elegância. Num tempo em que o dia a dia se faz de dúvidas e receios, estes hinos sombrios podem mesmo acabar como uma das bandas sonoras de referência de 2010. Será este, assim, o disco que, como Out Of Time fez aos R.E.M. ou The Unforgetable Fire aos U2, elevará os The National a um espaço de vivência mainstream?... Isso só o tempo o dirá… Certo é que, se assim acontecer, não será fruto de uma qualquer “batota” do grupo que, na verdade, mais não faz em High Violet que apresentar uma evolução directa do que nos mostrara sobretudo nos dois discos anteriores. Se o “fenómeno” acontecer é porque o tempo presente se identificou com os The National (e não o contrário).