São paisagens íntimas, mas distantes, de uma geometria que faz coincidir a carne com a mais radical abstração, o desejo com a mais fria das evidências — Erwin Olaf volta a propor uma série de personagens solitárias, agora em quartos de hotel, dir-se-ia devoradas pela depuração formal que as acolhe. A envolvência da luz, herdada de alguma pintura flamenga (Olaf nasceu em Hilversum, Holanda, em 1959), cruza-se com as linhas de uma cenografia que parece remeter para certos espaços melodramáticos do cinema americano da década de 50 — a nova série chama-se "Hotel" [um click permite ver as imagens em dimensão maior].
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