É em torno destas premissas que vive o filme que, com condimentos de acção, acompanha então, 20 anos depois da chegada da nave, uma operação que visa deslocar a população alienígena para novo (e mais distante) lugar… O feitiço voltando-se contra o feiticeiro quando o responsável pelo despejo é “infectado” por um líquido alienígena, entrando em processo de mutação e desde logo se vê procurado pelos humanos como potencial alvo de atenção biológica na indústria do armamento (acrescente-se que a tecnologia alienígena, armas inclusive, tem uma base de relacionamento biofisiológico com quem a opera, logo, não acessível aos humanos). Numa terra de ninguém, nem mais humano, ainda não alienígena, o protagonista vê-se confrontado entre o que é, o que foi e o que teme ser. Age humanamente, de forma egoísta e alheio aos demais à sua volta… Procurando contudo refúgio no District 9, onde não sabe bem quem está do seu lado ou nem por isso.
O filme usa, em determinadas sequências, uma linguagem próxima da do documentarismo televisivo, mas não se esgota nesta solução. As metáforas sobre o apartheid, o desenhar de um humano humana - e não politicamente - correcto e a caracterização de uma espécie alienígena através do que parecem ser os últimos de uma população sobrevivente dentro de uma nave onde as elites, aparentemente, terão morrido, são alguns dos ingredientes que fazem de Distrito 9 um caso interessante do cinema de ficção científica deste início de século.
Pode ver o trailer de ‘Distrito 9’aqui
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