O primeiro ponto interessante deste filme é o foco que o conduz, acompanhando não uma qualquer digressão por grandes cidades, palcos de referência e bla bla bla, mas antes seguindo de perto uma série de concertos agendados por todo o Canadá em 2007, muitos deles em cidades bem distantes das grandes metrópoles… Numa pequena cidade bem a Norte são recebidos pelo próprio presidente da câmara, que os leva no seu próprio carro. Numa outra, ainda mais a Norte, têm um encontro com anciãos inuit, com os quais partilham memórias, músicas e experiências. Há cenas de pequenas actuações em praças públicas. Um concerto de uma nota só… Espaços para algumas reflexões… Um quarto de hotel com um piano… E até mesmo um confronto (tranquilo, é certo), com uma agenda mais carregada que o esperado na chegada a um outro porto. Tudo isto mãos frequentes registos de actuações ao vivo, os momentos de palco escutados com a atenção de quem sabe que, no fundo, a música é o que justifica toda esta série de momentos… Acrescente-se um belíssimo trabalho de câmara e uma bela direcção de fotografia e reconheça-se aqui um dos melhores documentários rock’n’roll dos últimos tempos.