Mais três filmes que passaram pela Berlinale, hoje visitando a secção Forum, com narrativas que apontam olhares à Ásia dos nossos dias. Começamos com Indigène d’Eurasie, novo filme de Sharunas Bartas, uma história que parte de heranças directas do desmoronamento da União Soviética e viaja, entre a Europa e a Ásia, acompanhando Gena, que procura uma vida normal, apesar de uma história pessoal atormentada. O filme traça uma visão sombria do mundo globalizado, em clima de Inverno, cada local parecendo menos hospitaleiro que o anterior…
De Yamada Yoki e Abe Tsutomu, o filme Kyoto Story (com título que imediatamente alude ao clássico Tokyo Monogatari, de Ozu) foi um entre os diversos filmes japoneses a passar por esta 60ª Berlinale. A história acompanha o quotidiano de uma bibliotecária universitária, dividida entre um relacionamento antigo e uma proposta de desafio que chega com um forasteiro. O filme foi rodado numa zona da cidade onde, em tempos, Kurosawa e Mizoguchi também filmaram.
De origem chinesa, Crossing The Mountain, de Yang Rui, leva-nos a uma região no sudeste chinês, próximo da fronteira birmanesa. Mais que contar uma história, revela uma série de fragmentos de narrativas de gentes, a região servindo de espaço comum ao que passa pelo ecrã. O filme surge após três anos de vida quotidiana do realizador nesta região da China.