segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Morreu o cão de D. A. Pennebaker

Bix [imagem da esquerda] era um dos mais prestigiados habitantes do nº 115 da West 86th Street, em Nova Iorque. O seu falecimento, no passado fim de semana, abalou o prédio e toda a comunidade da rua. E tanto mais quanto, por cruel ironia do destino, outro popular inquilino da mesma morada, Harry [à direita], morreu no mesmo fim de semana. O dono de Bix era D. A. Pennebaker, actualmente com 84 anos, mestre do documentarismo americano, autor do clássico Dont Look Back (1967), sobre Bob Dylan. Comentando a ocorrência (ambos os cães morreram por eutanásia), Pennebaker reconheceu: "Ao longo dos anos, por causa dele, o meu círculo de amigos mudou; conheci pessoas que nunca teria conhecido."
A notícia, com todos os seus comoventes detalhes (incluindo o facto de Bix ter recebido o seu nome em homenagem ao músico de jazz Bix Beiderbecke), não tem uma motivação propriamente cinéfila: é produto de uma cultura social que mantém uma elaborada relação com o mundo dos cães. E não sou eu que estou a dar-lhe uma evidência superior à que teve no seu próprio contexto. A prova: está tudo, em detalhe, num artigo de Robin Finn, nesse jornal esotérico, especializado em canicultura, que dá pelo nome de New York Times.