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Se há filme que pode simbolizar a decomposição do imaginário
hippie no cinema americano dos anos 60 e o retorno das matrizes românticas, é este:
Love Story (1970), uma realização de Arthur Hiller, com o par Ryan O'Neal/Ali MacGraw. Uma das suas linhas de diálogo — "o amor significa nunca ter de pedir desculpa" [incluída no cartaz] — ficou como emblema de um tempo e uma geração. Quem a escreveu foi Erich Segal, autor do romance em que o filme se baseia — hoje chegou a notícia da sua morte, ocorrida a 17 de Janeiro, contava 72 anos.
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Natural de Nova Iorque, formado pela Universidade de Harvard, Erich Segal iniciou-se no cinema como argumentista de
O Submarino Amarelo (1968), o célebre filme de animação com os Beatles (Robert Zemeckis trabalha, actualmente, num
remake com lançamento previsto para 2012).
Love Story começou por ser um projecto de argumento: a sua transformação em romance transformá-lo-ia no maior sucesso literário nos EUA, em 1970; a adaptação cinematográfica, lançada no final desse ano, viria a ser recordista de receitas em 1971. Segal prosseguiu o seu trabalho em cinema, nomeadamente em
Oliver's Story (1977), uma continuação de
Love Story, publicando também mais alguns romances, embora nunca abandonando a actividade docente: deu aulas de Latim e Grego nas universidades de Harvard, Yale e Princeton, até integrar o Wolfson College (Oxford) como investigador e professor honorário. Atingido já há muitos anos pela doença de Parkinson, faleceu em Londres, vitimado por um ataque cardíaco.
>>> Obituário no New York Times.