Alex Ferguson é um caso excepcional no panorama contemporâneo do desporto — este texto foi publicado no Diário de Notícias (18 de Dezembro), com o título 'Sir Alex e os números'.Esta semana, o site oficial da Premier League dava conta de curiosas observações de Ryan Giggs, comentando a longevidade de Alex Ferguson à frente da equipa do Manchester United: “Consigo imaginá-lo como treinador do United daqui a cinco anos, sem problemas, porque desde que tenha saúde vai querer continuar.” São palavras que envolvem alguma ironia, quanto mais não seja porque Ferguson está à beira de festejar 68 anos (no próximo dia 31), enquanto Giggs, com os seus 36, dificilmente será jogador de futebol daqui a cinco anos.
Escusado será sublinhar que, desde que tomou conta da equipa do United, em 1986, o curriculum de Ferguson é impressionante, incluindo onze vitórias na Premier League e duas na Liga dos Campeões. Esta semana, acrescentou-lhe mais um número invulgar. Assim, o confronto de terça-feira [dia 15], com o Wolverhampton, foi o jogo nº 900, para a Premier League, sob a sua direcção. Tendo em conta o resultado (3-0), isto quer dizer que, com Ferguson, o United ganhou 531 desses jogos, empatou 214 e perdeu apenas 155 (cerca de 17 por cento do total).
Tem, por isso, qualquer coisa de burlesco este confronto de Ferguson com os 3 minutos de compensação anunciados pelo árbitro assistente. Será apenas um protesto contabilístico ou alguma observação mais ácida: “Não provámos já que somos melhores? Ainda temos de jogar mais 3 minutos?” Parabéns, Sir Alex!