Riechmann. O nome pode passar a léguas da atenção de muita gente se lhe não acrescentarmos outros dois nomes: Wolfganf Flur (sim, o que em tempos militou nos Kraftwerk) e Michael Rother (que passou pelos Harmonia e Neu!). Juntos em trio trabalharam como Spirits Of Sound, em finais dos anos 70. Mais tarde passou pelos Phonix. Em meados dos anos 70, o músico alemão (natural de Düsseldorf) dava por si frente a uma série de teclados, fios e botões. Trabalhando então numa série de composições com clara afinidade para com o que então eram as heranças directas dos Tangerine Dream e Klaus Schulze. Trabalhava em concreto em Wunderbar, aquele que seria o seu álbum de estreia a solo, onde a essas referências juntava marcas inevitáveis da “escola” da cidade, que entretanto colocara no mapa os nomes dos Kraftwerk, Neu! e La Dusseldorf. Mas morreu, vítima de um ataque com uma faca a três semanas da edição do disco.
Wunderbar era assim um disco quase esquecido desde então. Um pequeno manifesto de intenções que alia a uma base estrutural minimalista uma agenda melodista contida, mas que por vezes quase ensaia os caminhos da canção. É um disco pessoal, focado num conjunto de ideias concretas sobre som e composição e, como a presente reedição (em CD e vinil, pela Bureau B) permite constatar, uma peça a ter em conta na história da geração que encetou um relacionamento entre as electrónicas e a música popular.