Há já algum tempo que um filme de ficção científica, ainda por cima uma primeira obra para o grande ecrã, não gerava semelhante entusiasmo. Teve primeira exibição em Sundance, em Janeiro. Mas a força de O Outro Lado da Lua (Moon no original) foi logo então suficiente para impedir que a presença na sala do pai do realizador, nada mais nada menos que David Bowie, eclipsasse o filme. Esta é a história solitária de um técnico, o único habitante de uma pequena base lunar, que ali vive uma comissão de três anos, garantindo o funcionamento daquela que, nesse futuro, se revelou a principal fonte de energia para a Terra. Sam Bell (interpretado por Sam Rockwell) tem por companhia apenas um computador (com a voz de Kevin Spacey). Vive uma rotina minimal e repetitiva até ao dia em que, já em contagem decrescente para o regresso à Terra, sofre um acidente. Durante a convalescença surge um estranho sósia e com ele nascem inesperadas revelações, que mudarão radicalmente a forma como se vê a si mesmo e como se relaciona com o mundo ao seu redor...
Apoiado mais numa ideia narrativa que num arsenal de efeitos especiais, o filme assinala um reencontro com valores clássicos do cinema de ficção científica. De resto, o realizador já reconheceu que por aqui passa uma vontade em prestar homenagens a alguns dos filmes do género que mais o marcaram, do 2001: Odisseia no Espaço, de Stantey Kubrick, a O Cosmonauta Perdido (no original Silent Running), de Douglas Trumbull, do Solaris, de Andrei Tarkovsky, a Outland: Atmosfera Zero, de Peter Hyams, todos eles peças-chave do cinema de ficção científica dos anos 70 e 80. A produção foi de relativamente baixo orçamento (cerca de 3,5 milhões de euros), com rodagem feita em estúdio, recorrendo as cenas de exteriores a pequenos modelos em vez dos efeitos digitais mais em voga nos dias que correm.
Com banda sonora assinada por Clint Mansell, O Outro Lado da Lua é como uma peça musical para um solista. Ou, para sermos precisos, um filme para (quase) um actor só. Quase porque há pontuais intervenções de outras personagens. O argumento, co-escrito por Duncan Jones e Nathan Parker, teve, de resto, a participação de Sam Rockwell em mente logo desde os primeiros instantes.
Depois da estreia em Janeiro em Sundance, o filme passou por diversos outros festivais de cinema. Ainda há dias foi exibido na secção competitiva do Estoril Film Festival. Pelo caminho, chegou a ser apresentado no Nasa Space Center, em Houston (Texas), na presença do próprio Duncan Jones.
Com banda sonora assinada por Clint Mansell, O Outro Lado da Lua é como uma peça musical para um solista. Ou, para sermos precisos, um filme para (quase) um actor só. Quase porque há pontuais intervenções de outras personagens. O argumento, co-escrito por Duncan Jones e Nathan Parker, teve, de resto, a participação de Sam Rockwell em mente logo desde os primeiros instantes.
Depois da estreia em Janeiro em Sundance, o filme passou por diversos outros festivais de cinema. Ainda há dias foi exibido na secção competitiva do Estoril Film Festival. Pelo caminho, chegou a ser apresentado no Nasa Space Center, em Houston (Texas), na presença do próprio Duncan Jones.