sexta-feira, outubro 02, 2009

Ciclo Stockhausen na Gulbenkian

Começa já amanhã, na Fundação Gulbenkian, aquele que promete ser um dos acontecimentos musicais da rentrée. Durante três dias, em, concertos sempre pelas 19.00 horas, no Grande Auditório, a música de Karlheinz Stockhausen toma o centro das atenções, num ciclo que toma como matéria-prima primordial seis partes do Ciclo Klang, que o compositor trabalhou depois de 2004, mas que deixou inacabado, à data da sua morte, em 2007, faltando ainda concluír três das 24 partes de todo este ciclo. Consideravelmente distinto do ciclo Licht, no qual Stockhausen trabalhou entre 1977 e 2004, o ciclo Klang representa uma mudança de ângulo de interesse de uma demanda que se afasta assim dos domínios da visão para procurar os terrenos invisíveis da audição. Das 21 partes (ou “horas”) do ciclo que Stockhausen deixou terminadas, algumas ainda há por estrear. A ‘6ª hora’, de resto, terá esta segunda-feira, dia 5, a sua estreia mundial em Lisboa.
Os concertos têm lugar amanhã, domingo e segunda-feira, sempre pelas 19.00 no Grande Auditório da Gulbenkian.
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Amanhã
Himmelfahrt (‘Ascenção‘), 1ª Hora do ciclo Klang («Som»)
Hoffnung (‘Esperança‘), 9ª Hora do ciclo Klang
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Domingo
Natürliche Dauern (‘Durações Naturais’ - peças 1 a 15), 3ª Hora do ciclo Klang
Himmels-Tür (‘Porta do Céu‘), 4ª Hora do ciclo Klang
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Segunda-feira
Schönheit ('Beleza'), 6ª Hora do ciclo Klang (estreia mundial)
Cosmic Pulses, 13ª Hora do ciclo Klang
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Em paralelo, nas tardes de amanhã e domingo, o auditório 3 da Gulbenkian apresenta quatro filmes que, de certa forma, completam o ciclo. Sábado são projectados, às 17.00 horas, os filmes Mikrophonie de Sylvain Dhomme (1966, 30’) e Stockhausen nas grutas de Jeita, Líbano, de Anne-Marie Deshayes (1969, 45’). Domingo, às 16.00, é a vez de Helicopter String Quartet de Frank Scheffer (1996, 77’) e Interview with Stockhausen de Olivier Assayas (2007, 52’).