quinta-feira, setembro 17, 2009

Dylan por Feinstein

BARRY FEINSTEIN
Bob Dylan
1966

As fotografias de Bob Dylan durante a sua digressão de 1966 — lendária pela "escandalosa" integração das guitarras eléctricas — foram objecto de duas recentes revisões/reinvenções: primeiro, uma delas serviu de cartaz (e capa de DVD) a No Direction Home: Bob Dylan (2005), de Martin Scorsese; depois, a composição de Cate Blanchett, como Dylan, em I'm Not There (2007), de Todd Haynes, inspira-se de forma muito explícita numa outra dessas fotografias.
Agora, uma série de catorze imagens dessa série pode ser vista na National Portrait Gallery, em Londres (até 29 de Novembro), evocando memórias em que, definitivamente, deixou de existir qualquer fronteira estável entre facto e lenda. Da autoria de Barry Feinstein, as fotografias incluem espantosos momentos, desde Dylan a assinar, contra um espelho, uma fotografia sua, até ao insólito encontro do cantor com Françoise Hardy. Acima de tudo, testemunham um tempo de consolidação de um ícone, processo vivido pelo próprio num misto insólito de narcisismo e distanciamento. Ou como a história da música popular passa também pela peculiar pulsação das imagens.