A edição deste ano do festival Queer Lisboa, que arranca esta sexta-feira no Cinema São Jorge, volta a apresentar uma secção essencialmente dedicada à música. O grande destaque da edição deste ano da secção Queer Pop recai no filme Wild Combination: A Portrait Of Arthur Russell, de Matt Wolf. O filme visita os espaços onde viveu um dos mais visionários músicos que Nova Iorque viu florescer em finais de 70, estabelecendo a sua obra pontes entre os universos da música contemporânea e o dub e o disco, abrindo ainda importante espaço para a exploração da canção. As imagens regressam aos lugares de infância. Escutam figuras como Philip Glass, Allen Ginsberg, David Toop ou Jens Lekman. E revela, através de imagens de arquivo, a música e o ambiente que envolveu Arthur Russell. Abre-se assim mais uma janela para a (re)descoberta de uma figura e uma obra que, na verdade, muitos só conheceram depois da precoce morte do músico, em 1992, vítima de sida. Muita da sua discografia hoje disponível, de resto, só ganhou maior visibilidade nos últimos cinco anos.O filme é exibido no Cinema São Jorge este domingo, dia 20, pelas 19.15 (na sala 3). Repete quinta-feira, dia 24, pelas 15.30, na Sala 1. Aqui fica o trailer:
Além do documentário sobre Arthur Russell, a secção Queer Pop inclui este ano um outro filme. Trata-se de Pansy Division: Life In a Gay Rock Band, de Michael Carmona, no qual se apresenta a história dos Pansy Division, uma banda central do movimento Quercore. O filme passa sexta-feira, dia 25, na Sala 3 do Cinema São Jorge, pelas 17.15. Aqui fica o muito lo-fi teledisco de Bad Boyfriend como cartão de visita:
A fechar as referências à secção Queer Pop deste ano ficam as duas sessões de telediscos, apresentadas pelos autores deste blogue. A primeira, sábado (dia 19) pelas 18.00 na Sala Buondi do Cinema São Jorge, propõe um panorama de telediscos de 2008 e 2009 destacando nomes como os The Presets, Final Fantasy, Xiu Xiu, Sebastien Tellier, Pet Shop Boys e Roisin Murphy. A segunda sessão de telediscos, no sábado seguinte (dia 26), novamente na mesma hora e sala, centra-se na obra em vídeo de Mylene Farmer e Zazie, envolvendo o trabalho de realizadores como Jean Baptiste Mondino, Abel Ferrara ou Luc Besson, entre outros. As duas sessões de telediscos são de entrada livre, mediante disponibilidade de lugares na sala.