Passar pelas livrarias continua a ser um dos valores acrescentados de uma viagem a Londres, já que da música gravada não se pode dizer o mesmo… Nos últimos dez anos vimos muitas lojas de discos a fechar as portas. Onde era velha Virgin Megastore, em Oxford St., agora vende-se roupa. Por Berwick St, no coração do Soho, onde em tempos lojas de discos em segunda mão (de CD e vinil) chegavam quase a ser porta sim, porta sim, restam apenas duas casas, uma fraca, outra apenas destinada ao serviço de DJs… Além disso, no departamento do som (e também do DVD) as lojas online vão dando conta do serviço. Mas o folher de um livro, o tirá-lo da estante e sentir se é ou não o que se procura, não é exactamente experiência que se digitalize, nem mesmo com os sistemas que simiulam o passar de páginas em alguns títulos já disponível em algumas lojas na Internet…
Mesmo assim, o cenário livreriro da Londres actual traz mudanças… Ao melómano pop/rock já não serve passar por Denmark St, que hoje não mais alberga que lojas de instrumentos, partituras e tablaturas. A Helter Skelter, livaria especializada em música, fechou as portas. Em Oxford St., entre Tottenham Court Rd. e Oxford Circus (isto é, o seu segmento a mais movimentado), os livros também quase desapareceram: uma Waterstones e uma Borders a menos… Charing Cross Rd., ali ao lado, continua contudo a ser o destino mais recomendado. Não só pela resistente multidão de lojas de livros em segunda mão, como pela oferta da Blackwell’s e, acima de tudo, de uma renovada (e bem arrumada) Foyle’s. A nova secção de cinema (no piso 0) concentrou ali os livros, tendo os DVDs migrado para o piso 3 onde (sob criteriosa selecção) partilham espaço com uma sala dedicada ao Jazz (onde não falta o vinil, novo e usado). A música é mesmo uma das novidades da mais recente remodelação da livraria, ocupando quase todo o piso 3, mantendo as zonas de livros (boa selecção, vasta nos títulos e áreas abordadas), de partituras e abrindo uma área para venda de discos (de clássica, mas sem surpresas de maior).