É claro que Avatar, de James Cameron, é um dos grandes acontecimentos do final deste ano cinematográfico. Mas será isso uma boa razão para secundarizar tudo o resto? — este texto foi publicado no Diário de Notícias (29 de Agosto), com o título 'À espera de "Avatar"'.
O novo filme de James Cameron, o cineasta de Titanic, chama-se Avatar e está a ter uma fortíssima promocão (estreia em Dezembro): trata-se de uma superprodução que aposta em consolidar nos mercados o cinema a três dimensões. Devo dizer que participo por inteiro da expectativa: a ambição de espectáculo de Cameron seduz-me, como me seduz (e desconcerta) a possibilidade de o 3D se tornar uma nova e decisiva componente criativa.
Mas que dizer da facilidade com que os meios de comunicação, em especial a televisão, privilegiam a informação sobre Avatar? De facto, até ao fim do ano, vão estrear títulos como Estado de Guerra (de Kathryn Bigelow, sobre a guerra do Iraque), Séraphine (César de melhor filme francês), Away We Go (o novo de Sam Mendes), Antichrist (com que Lars von Trier esteve em Cannes) ou Ne Change Rien (espantoso exercício de intimidade musical com assinatura de Pedro Costa). Ora, nenhum desses filmes consegue um décimo da visibilidade mediática que é concedida a Avatar. Não será que informar é também procurar para além da linha da frente do marketing?
O novo filme de James Cameron, o cineasta de Titanic, chama-se Avatar e está a ter uma fortíssima promocão (estreia em Dezembro): trata-se de uma superprodução que aposta em consolidar nos mercados o cinema a três dimensões. Devo dizer que participo por inteiro da expectativa: a ambição de espectáculo de Cameron seduz-me, como me seduz (e desconcerta) a possibilidade de o 3D se tornar uma nova e decisiva componente criativa.
Mas que dizer da facilidade com que os meios de comunicação, em especial a televisão, privilegiam a informação sobre Avatar? De facto, até ao fim do ano, vão estrear títulos como Estado de Guerra (de Kathryn Bigelow, sobre a guerra do Iraque), Séraphine (César de melhor filme francês), Away We Go (o novo de Sam Mendes), Antichrist (com que Lars von Trier esteve em Cannes) ou Ne Change Rien (espantoso exercício de intimidade musical com assinatura de Pedro Costa). Ora, nenhum desses filmes consegue um décimo da visibilidade mediática que é concedida a Avatar. Não será que informar é também procurar para além da linha da frente do marketing?