Recordamos esta semana outros exemplos de viagens à Lua. Viagens imaginadas na ficção, muitas delas antecipando os feitos da missão Apollo em finais da década de 60. E começamos com uma das mais incríveis antecipações, imaginada por Hegré em inícios da década de 50, ou seja, bem antes da Apollo 11 (e até mesmo antes da colocação em órbita do Sputnik).
Criados entre 1950 e 1954, os álbuns Rumo À Lua (1953) e Explorando a Lua (1954) levaram Tintim, Milou e alguns dos seus companheiros de aventuras ao solo lunar. Hergé procurou dar a ewsta aventura de Tintim um carácter cientificamente verosímil, pensado ao pormenor uma série de detalhes técnicos que pudessem justificar o feito que as páginas acompanham. O foguetão que serve a viagem assemelha-se à V2 alemã, na verdade desenvolvida pelo mesmo Von Braun que, anos depois, chefiaria a equipa que desenvolveu o foguetão Saturno V. A grande diferença com a realidade é o facto de, nesta aventura, o foguetão fazer toda a viagem de ida e volta sem largar parte da sua constituição no espaço. Tal como as últimas missões Apollo, também Tintin leva a bordo do foguetão um carro lunar. Os fatos espaciais são cor de laranja, mas aparentemente mais rígidos que os usados de facto pelos astronautas. A aventura coloca geograficamente a base de comando no Leste europeu, num país imaginário onde a descoberta de reservas de urânio possibilita o desafio lunar, que se concretiza com a construção de um foguetão e um sistema de propulsão nuclear, ambos criados pelo Prof Girassol. Não fatla, como sempre nas aventuras de Tintim, uma trams secundária que garante acção e surpresa a toda a narrativa.