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Há quem considere que os efeitos especiais estão a “estragar” o cinema. De facto, semelhante visão peca por simplismo histórico: afinal de contas, com as suas primeiras experiências fantásticas, ainda no século XIX, George Méliès foi o genial inventor do conceito de efeito especial.
Acontece que os filmes não se decidem apenas na técnica, mas também no modo como elaboram as suas narrativas: o cinema é, afinal, uma arte de contar histórias. Tal como o primeiro Transformers, esta sequela — título original: Transformers: Revenge of the Fallen — é o lamentável exemplo de como o aparato técnico pode tomar conta das histórias, a ponto de anular toda a sua vibração espectacular ou emoção humana. Que temos, então? Uma colagem grosseira de robots “bons” contra robots “maus”, aqui e ali pontuada por uns pobres actores que fingem que têm personagens para representar...
Não por acaso, nas entidades produtoras surge o nome da Hasbro, marca internacional de brinquedos, proprietária dos direitos dos bonecos “Transformers”. Os brinquedos serão interessantíssimos, mas convém lembrar que fazer cinema não é o mesmo que amontoar lata, ruído e explosões.