François Ozon é um dos mais interessantes e completos realizadores que o cinema francês nos revelou nos últimos anos, apresentando a sua filmografia, das promissoras curtas a um já impressionante conjunto de longas metragens, uma mão cheia de filmes fundamentais dos anos 90 e 00, entre os quais Une Robe d’Eté (curta, 1996), Regarde La Mer (curta, 1997), Les Amants Criminels (1999), Gouttes d’Eau Sur Pierres Brûlantes (2000), 8 Femmes (2002), Swimming Pool (2003), Le Temps Qui Reste (2005) ou o ainda recente Angel (2007). Hoje (Cinema São Jorge, pelas 21.45) passa pela primeira vez em ecrãs portugueses a sua mais recente longa metragem. Tem por título Ricky e tem antestreia nacional no âmbito da programação do IndieLisboa, estando a estreia em sala entretanto já assegurada. Quando, em Fevereiro, Ricky passou na Berlinale, foi daqueles casos de tudo ou nada. Contudo, foram mais as opiniões de desencanto que as de admiração. E perante a obra magnífica do realizador, convenhamos que o “escorregão” custa mais…
Ricky é um filme, no mínimo, bizarro. A primeira metade é de realismo sombrio, relatando o quotidiano de uma família de vida difícil que acolhe a chegada de um segundo filho, que chora e chora ainda mais, ameaçando romper a pax familiar... Na segunda, entramos inesperada e abruptamente em terreno do fantástico, num quarto pintado a céu e nuvens e com asinhas pelo meio (e não avançamos muito mais), num contraste que não só não encontra ligação consequente com as sugestões da primeira parte, como revela em Ozon um momento de aparente desnorte e sem o “golpe de asa” necessário para das partes fazer um todo, acabando o filme transformado num pasmacento nada.
Ricky é o primeiro filme falhado de François Ozon. Mas há também quem pense o contrário e o veja como mais um momento de génio…
Ricky é um filme, no mínimo, bizarro. A primeira metade é de realismo sombrio, relatando o quotidiano de uma família de vida difícil que acolhe a chegada de um segundo filho, que chora e chora ainda mais, ameaçando romper a pax familiar... Na segunda, entramos inesperada e abruptamente em terreno do fantástico, num quarto pintado a céu e nuvens e com asinhas pelo meio (e não avançamos muito mais), num contraste que não só não encontra ligação consequente com as sugestões da primeira parte, como revela em Ozon um momento de aparente desnorte e sem o “golpe de asa” necessário para das partes fazer um todo, acabando o filme transformado num pasmacento nada.
Ricky é o primeiro filme falhado de François Ozon. Mas há também quem pense o contrário e o veja como mais um momento de génio…