sexta-feira, abril 17, 2009

"Total Film": uma lista diferente

UN CHIEN ANDALOU (1929), de Luis Buñuel

Convenhamos que, da maneira que as coisas andam, as memórias do cinema são todos os dias vilipendiadas como modelos de "pitoresco" e "anedótico". Ou então parecem apenas recuar até aos filmes estreados nos últimos seis meses... Sabe bem, por isso, encontrar uma deambulação por essas memórias que tem, pelo menos, a virtude de respeitar a imensidão da história do cinema ou, se preferirem, do cinema como história. Assim acontece na escolha da revista Total Film, propondo os "67 filmes mais influentes de sempre".
Escusado será dizer que não se trata de avaliar se a escolha é "justa" ou "injusta" (para esses maniqueísmos, já nos bastam muitos comentários de jogos de futebol) — por certo, haverá pelo menos outros 67 títulos igualmente influentes. Além do mais, importa sublinhar o óbvio: desta vez, o propósito não é estabelecer hierarquias entre "melhores" e "piores", mas sim o de apresentar filmes que se distinguem, justamente, pelo modo como influenciaram outros filmes.
A lista começa nos tempos heróicos do cinematógrafo e vai até finais do século XX (1895-1999). Daí a curiosa e pedagógica diversidade que podemos encontrar: a par de clássicos universais como Un Chien Andalou (1929), de Luis Buñuel, Citizen Kane (1941), de Orson Welles, ou À Bout de Souffle (1959), de Jean-Luc Godard, deparamos com títulos como The Robe (1953) ou Flashdance (1983) cuja influência é, de facto, historicamente muito sensível. Entre as preciosidades evocadas, está Gertie The Dinosaur (1914), de Winsor McKay, pioneiro dos desenhos animados (e sobretudo da banda desenhada, autor de Little Nemo in Slumberland) — aqui ficam os seus pouco mais de 5 minutos.

[agradecemos o mail de Rui Gonçalves]