A nudez é um factor intrínseco da Internet — independentemente do modo como cada um de nós possa reagir a cada uma das suas mani-festações, negá-lo será apenas um inglório acto de cegueira (in)vo-luntária. E porque todas as generalizações — "pró" ou "contra" a nudez — são gratuitas, cada caso é um caso.
Este, que a CNN narra [video aqui em baixo], tem componentes que, no mínimo, suscitam reflexão: na sua origem está uma série de imagens de nus de uma jovem de 14 anos, colocadas no MySpace, não por algum adulto que a manipulava ou alguma rede de exploração humana, mas... por ela própria.
Para além da complexidade da situação (naturalmente tratada de forma a preservar a identidade da jovem), fica uma ideia forte: a de que "proibir" imagens ou "castigar" prevaricadores sem pensar em mais nada é uma atitude muito pouca adulta — trata-se de consciencializar os cidadãos para lidar com uma nova conjuntura tecnológica em que dominam a facilidade de produção/circulação das imagens e, mais do que isso, o nascimento de uma nova iconografia (técnica, fisiológica, política e simbólica) do corpo; trata-se, em particular, de não favorecer esse "liberalismo" irresponsável que não dá o devido valor ao facto de ser necessário confrontar os mais jovens com alguma ideia de ordem.
A ideia, enfim, deixa pelo menos uma pergunta muito directa: consciencializar que cidadãos? Os jovens, como se depreenderá — e também os adultos.
Este, que a CNN narra [video aqui em baixo], tem componentes que, no mínimo, suscitam reflexão: na sua origem está uma série de imagens de nus de uma jovem de 14 anos, colocadas no MySpace, não por algum adulto que a manipulava ou alguma rede de exploração humana, mas... por ela própria.
Para além da complexidade da situação (naturalmente tratada de forma a preservar a identidade da jovem), fica uma ideia forte: a de que "proibir" imagens ou "castigar" prevaricadores sem pensar em mais nada é uma atitude muito pouca adulta — trata-se de consciencializar os cidadãos para lidar com uma nova conjuntura tecnológica em que dominam a facilidade de produção/circulação das imagens e, mais do que isso, o nascimento de uma nova iconografia (técnica, fisiológica, política e simbólica) do corpo; trata-se, em particular, de não favorecer esse "liberalismo" irresponsável que não dá o devido valor ao facto de ser necessário confrontar os mais jovens com alguma ideia de ordem.
A ideia, enfim, deixa pelo menos uma pergunta muito directa: consciencializar que cidadãos? Os jovens, como se depreenderá — e também os adultos.