Foi editado em Março de 1989 e acabou como um dos títulos de maior (e mais justificado) destaque nas listas dos melhores álbuns da década de 80. Formados em 1984, os Stone Roses viveram um lento processo de construção de identidade que lhes permitiu chegar ao álbum de estreia, em 1989, com o sentido de frescura da novidade mas, também, a solidez de um conjunto de ideias capazes de suportar um disco com personalidade bem vincada. Oriundos de Manchester, onde na altura bandas como os Happy Mondays ou Inspiral Carpets procuravam igualmente novas formas de explorar o ritmo em contexto pop/rock, os Stone Roses viram-se de repente com rótulo na testa, partilhado pelas demais novas bandas da cidade. O álbum Stone Roses vai porém mais longe que os discos de então dos seus conterrâneos. Reinventa heranças da pop de 60, explora o sentido exploratório e desafiante do psicadelismo, apresentando um alinhamento que alia a força imediata da pop a um sentido de construção mais elaborado, mas nem por isso barroco, tarefa na qual desempenhou importante papel o produtor John Leckie. É um disco “clássico”, sem um momento menor, e com uma das mais belas capas de sempre, usando uma pintura de John Squire (um dos membros da banda), claramente influenciado pela pintura de Jackson Pollock. O facto veleu-lhes, numa das críticas na imprensa inglesa de então, o título genial “Never Mind The Pollocks”... Aqui fica a evocação de Stone Roses, com o teledisco de Waterfall.
Stone Roses, 1989
"Waterfall"