Jérémie Renier, Juliette Binoche e Charles Berling [da esquerda para a direita] interpretam três irmãos abalados pela morte da mãe e, depois, pela necessidade de gerir a sua herança — ponto de partida banal para um filme tudo menos banal: Tempos de Verão, sem dúvida o melhor trabalho de realização de Olivier Assayas em muitos anos, provavelmente desde Paris S'Éveille (1991).
Fiel às matrizes romanescas dos clássicos franceses — passa por aqui a inspiração de Renoir e Ophuls —, Assayas faz um filme de calorosos e subtis sentimentos, nunca se perdendo na facili-dade "psicologista", mas também mantendo uma atenção didáctica às nuances do retrato social. Os actores são todos excelentes e excelentemente dirigidos. Para além de Binoche, magnífica num registo de "banalidade" quotidiana que não cede a nenhuma tentação fácil de glamour, vale a pena recordar onde já vimos os outros protagonistas: Berling surgiu, recentemente, em Caos Calmo, de Antonio Luigi Grimaldi; Renier distinguiu-se em A Criança e O Silêncio de Lorna, ambos dos irmãos Dardenne. Uma referência ainda para Edith Scob, no papel da mãe, musa de Georges Franju nos anos 50/60 (recordemos o genial Les Yeux sans Visage, de 1960), presente, por exemplo, em A Via Láctea (1969), de Luis Buñuel, Les Amants du Pont-Neuf (1991), de Leos Carax, ou ainda num pequeno papel em Casa de Lava (1994), de Pedro Costa.
Fiel às matrizes romanescas dos clássicos franceses — passa por aqui a inspiração de Renoir e Ophuls —, Assayas faz um filme de calorosos e subtis sentimentos, nunca se perdendo na facili-dade "psicologista", mas também mantendo uma atenção didáctica às nuances do retrato social. Os actores são todos excelentes e excelentemente dirigidos. Para além de Binoche, magnífica num registo de "banalidade" quotidiana que não cede a nenhuma tentação fácil de glamour, vale a pena recordar onde já vimos os outros protagonistas: Berling surgiu, recentemente, em Caos Calmo, de Antonio Luigi Grimaldi; Renier distinguiu-se em A Criança e O Silêncio de Lorna, ambos dos irmãos Dardenne. Uma referência ainda para Edith Scob, no papel da mãe, musa de Georges Franju nos anos 50/60 (recordemos o genial Les Yeux sans Visage, de 1960), presente, por exemplo, em A Via Láctea (1969), de Luis Buñuel, Les Amants du Pont-Neuf (1991), de Leos Carax, ou ainda num pequeno papel em Casa de Lava (1994), de Pedro Costa.