Hoje em dia, muitas vezes, as relações entre celebridades e meios de comunicação adquirem uma dimensão eminentemente bélica. Sobretudo quando as celebridades têm a dimensão de estrela planetária. Veja-se o caso de Madonna e o modo como a adopção do seu filho David, uma criança do Malawi, foi pontuada, em 2006, por infinitas especulações sobre o que Madonna "fez" e "não fez", o que "devia" e "não devia" ter feito — em particular sobre os conflitos que terão existido com o pai biológico de David.
Madonna está de novo no Malawi, país em que ajudou a estabelecer a fundação Raising Malawi, de apoio a órfãos da sida. Está, desta vez, para tratar da possível adopção de uma outra criança, segundo se julga saber uma menina de nome Mercy — de acordo com as notícias, o processo está longe de estar consolidado, desde logo por razões de natureza legal.
Madonna está de novo no Malawi, país em que ajudou a estabelecer a fundação Raising Malawi, de apoio a órfãos da sida. Está, desta vez, para tratar da possível adopção de uma outra criança, segundo se julga saber uma menina de nome Mercy — de acordo com as notícias, o processo está longe de estar consolidado, desde logo por razões de natureza legal.
Acontece que Madonna aproveitou este regresso ao país para visitar o pai biológico de David. As fotografias que daí resultaram [uma delas aqui reproduzida] são a expressão muito crua — de uma crueza pedagógica, entenda-se — do modo como Madonna sabe lidar com o império das imagens. De facto, depois de tantas especulações (algumas delas, na imprensa inglesa, meramente insultuosas), dar a ver este encontro a três — David, a sua mãe adoptiva e o seu pai biológico — é um acto cristalino: para além da dimensão privada do evento, a sua exposição pública cumpre a salutar função de esvaziar as mensagens difamatórias feitas em nome da "informação".
Moral a reter: por vezes, há guerras em que é fundamental responder redobrando a intensidade do fogo — por exemplo, na quotidiana Guerra das Imagens.