Em 1993, um filme de Tony Palmer juntou imagens e palavras à Sinfonia Nº 3 de Gorecki que, no ano anterior, através de uma gravação pela London Sinfonietta, com Dawn Upshaw, tinha desencadeado um inesperado fenómeno de amplitude quase... pop. O filme, The Symphony Of The Sorrowful Songs, tem agora reedição em DVD. Com 53 minutos de duração, tem como peça central imagens de uma interpretação da sinfonia pela London Sinfonietta, dirigida por David Zinman e com a voz de Dawn Upshaw. A estas juntam-se olhares de dor e pesar, dos que inspiraram a sinfonia aos que hoje a poderiam ter como banda sonora. Com Gorecki visitamos Auschwitz num dia de Inverno (o compositor mora a menos de meia hora do local). A estas memórias juntam-se outras, de episódios mais recentes, de massacres a populações curdas no Iraque a cenas de desolação e fome em África. E ainda ocasionais palavras do compositor que deixa claro que, apesar de motivada por algumas memórias do Holocausto, a sinfonia reflecte também outros horrores do seu tempo, entre os quais os dias do poder comunista, que o apagou a dada altura da vida cultural polaca.
terça-feira, março 24, 2009
Filmar uma sinfonia
Em 1993, um filme de Tony Palmer juntou imagens e palavras à Sinfonia Nº 3 de Gorecki que, no ano anterior, através de uma gravação pela London Sinfonietta, com Dawn Upshaw, tinha desencadeado um inesperado fenómeno de amplitude quase... pop. O filme, The Symphony Of The Sorrowful Songs, tem agora reedição em DVD. Com 53 minutos de duração, tem como peça central imagens de uma interpretação da sinfonia pela London Sinfonietta, dirigida por David Zinman e com a voz de Dawn Upshaw. A estas juntam-se olhares de dor e pesar, dos que inspiraram a sinfonia aos que hoje a poderiam ter como banda sonora. Com Gorecki visitamos Auschwitz num dia de Inverno (o compositor mora a menos de meia hora do local). A estas memórias juntam-se outras, de episódios mais recentes, de massacres a populações curdas no Iraque a cenas de desolação e fome em África. E ainda ocasionais palavras do compositor que deixa claro que, apesar de motivada por algumas memórias do Holocausto, a sinfonia reflecte também outros horrores do seu tempo, entre os quais os dias do poder comunista, que o apagou a dada altura da vida cultural polaca.