
Não será um nome muito conhecido, mas o certo é que o escritor Chuck Palahniuk (n. 1962) ocupa um lugar emblemático na história do moderno cinema americano: retratista do desencanto de uma geração sem laços fortes com os pais, vivendo num universo saturado de valores consumistas, Palahniuk teve o seu primeiro romance, Clube de Combate, transformado numa obra-prima de David Fincher (o filme homónimo, lançado em 1999). Agora, outro romance de Palahniuk está transformado em filme: Asfixia (original: Choke) é a história delirante de um jovem (Sam Rockwell) que, além de viciado em sexo, trabalha num parque de diversões onde se encenam “quadros vivos” da história dos EUA, dedicando-se ainda, em restaurantes de eleição, a simular que fica violentamente engasgado de modo a conseguir dinheiro de clientes compadecidos...
A descrição é bizarra e o filme, recheado de um humor muito cruel, não o é menos. Ainda que distante da excelência de Fincher, Asfixia acaba por ser um sarcástico painel sobre os restos morais do Sonho Americano. É a estreia na realização do actor Clark Gregg, nosso conhecido da série televisiva Os Homens do Presidente.