Apesar de derrubado em 1989, o “muro” é ainda uma cicatriz visível em alguns pontos de Berlim. Levantado em 1961, dividiu a cidade até que, a 9 de Novembro de 1989, a primeira brecha nele surgiu, abrindo terreno para um processo que culminaria, em Outubro de 1990, com a reunificação alemã. O ano 2009 vai celebrar o vigésimo aniversário da queda do muro, com um programa de actividades que envolve exposições, espectáculos e ciclos de cinema. O programa termina a 9 de Novembro, com um Festival da Liberdade, frente às Portas de Brandenburgo, recordando o local onde, em 1989, Leonard Bernstein dirigiu uma 9ª Sinfonia de Beethoven com músicos e cantores das duas alemanhas e dos quatro países aliados que dividiram entre si o controlo da cidade em 1945. Nesta primeira imagem vemos o muro, visto de lado, perto de Potsdamer Platz. À esquerda ficava Berlim Leste, à direira, a Berlim Ocidental.
O muro passou por pontos históricos da cidade, em alguns deles (como em Potsdamer Platz) criando uma desolada terra de ningém entre Oeste e Leste. Zonas que, desde 1990, praticamente desapareceram do mapa, cedendo lugar a novos espaços de construção onde hoje temos exemplos da mais interessante arquitectura contemporânea. E Potsdamer Platz é precisamente um dos locais da cidade onde já são visíveis acções destinadas a evocar a queda do muro, com um pequeno centro de informação sobre a programação que a cidade propõe até Novembro. Mostram-se imagens evocativas e uma escada que nos dá uma perspectiva de como, há mais de 20 anos, se olhava para o outro lado da cidade dividida.
Um dos raros segmentos de muro ainda visíveis mora em Niedekrichner Strasse, relativamente perto do emblemático Check Point Charlie (antiga zona de passagem entre a Berlim Oeste e Leste), na zona que albergou a antiga sede da Gestapo. Um mesmo olhar permite ver os restos das paredes da cave da sede da Gestapo, onde está instalada a exposição Topographie des Terrors e, logo por cima, o muro que depois dividiu a cidade.