
A mais rudimentar justiça manda que se diga que Obama não pode ser apontado como único protagonista deste processo — se outras razões não houvesse, os debates em que John McCain e ele se confrontaram bastariam para nos lembrar que essas são questões que atravessaram (e continuarão a marcar) todo o espectro político, dentro e fora dos EUA.
Seja como for, a equipa de Obama terá sido a que mais e melhor compreendeu que a conjuntura cultural e tecnológica em que passámos a viver não pode ser encarada — e habitada — como um mero apêndice das regras tradicionais da acção política. Bem pelo contrário: o que está em jogo é a necessidade, prática e teórica, de repensar e transfigurar a herança dessas regras. Em qualquer caso, aconteça o que acontecer, uma coisa é certa: a presidência de Obama será fiel ao voto de mudança que, de princípio a fim, sustentou a sua campanha.