É bem certo que o amor pelos animais não parece ser suficiente para resolver os problemas que se abatem sobre um Presidente ameri-cano, desde a crise económica aos dramas das alterações climáticas, passando pelos focos de tensão nos mais diversos pontos do globo. Em todo o caso, vale a pena contrariar o cinismo dos tempos e lembrar que uma cultura de protecção dos animais é uma marca saudável de um entendimento aberto das relações entre humanos e outros seres vivos, nomeadamente de quatro patas.
Que o diga Barney, o Scottish Terrier de George W. Bush — não só o site da Casa Branca lhe concede uma página própria, muito oficialmente designada por Barney.gov, como, desde 2004, tem direito à sua "Fotografia do dia". Ficamos assim a saber que, desde alguma participação em reuniões com líderes políticos que visitam a Casa Branca, até coisas mais sérias como fugir com as bolas em uso nos courts de ténis, Barney tem uma agenda sobrecarregada. Nesta imagem, por exemplo, referente ao dia 18 de Maio de 2004, vemos o Presidente e as suas visitas a escutar algumas ponderadas elucubrações políticas.
Na prática, os animais da Casa Branca — aliás, oficialmente designados como Presidential Pets — são tratados, não exactamente como elementos "decorativos", mas como entidades integradas nos espaços familiares, de trabalho ou reposo da Casa Branca. É uma visão que pressupõe um imaginário forte, muito activo e nada paternalista, de relação com a natureza. No limite, podem até ter acesso aos círculos mais restritos do trabalho do Presidente dos EUA. Assim, por exemplo, numa reunião do G8, Barney, aliás Barney Bush, teve direito a um cartão capaz de fazer inveja a muitos jornalistas (foto de 16 de Junho de 2004).
Compreende-se que a questão do Presidential Pet da família Obama faça correr tanta tinta — e escusado será lembrar que tal questão é uma das que mais directamente faz passar a imagem emblemática da Casa Branca para o imaginário infantil. Aliás, a esse propósito, vale a pena recordar também que o Vice-Presidente eleito Joe Biden se tornou um alvo preferencial das associações de defesa dos direitos dos animais quando, recentemente, comprou um cão de raça (pastor alemão). Os muitos protestos, nomeadamente da PETA — lembrando a necessidade de dar um destino aos animais abandonados e recolhidos em abrigos —, levaram mesmo Biden a reconsiderar, decidindo adoptar um segundo cão, agora de linhagem menos apurada.
A Casa Branca apresenta muitas e deliciosas memórias visuais dos Presidential Pets, com imagens que começam com um dos póneis de Tad Lincoln, filho de Abraham Lincoln (1861-65). Eis uma fotografia desses arquivos: são as ovelhas que o Presidente Woodrow Wilson (1913-21) decidiu instalar nos relvados da Casa Branca — aparando regularmente a relva, as ovelhas serviam de exemplo de pedagógica contenção de despesas, neste caso com o pessoal encarregado das tarefas de manutenção dos jardins da Casa Branca.
Que o diga Barney, o Scottish Terrier de George W. Bush — não só o site da Casa Branca lhe concede uma página própria, muito oficialmente designada por Barney.gov, como, desde 2004, tem direito à sua "Fotografia do dia". Ficamos assim a saber que, desde alguma participação em reuniões com líderes políticos que visitam a Casa Branca, até coisas mais sérias como fugir com as bolas em uso nos courts de ténis, Barney tem uma agenda sobrecarregada. Nesta imagem, por exemplo, referente ao dia 18 de Maio de 2004, vemos o Presidente e as suas visitas a escutar algumas ponderadas elucubrações políticas.
Na prática, os animais da Casa Branca — aliás, oficialmente designados como Presidential Pets — são tratados, não exactamente como elementos "decorativos", mas como entidades integradas nos espaços familiares, de trabalho ou reposo da Casa Branca. É uma visão que pressupõe um imaginário forte, muito activo e nada paternalista, de relação com a natureza. No limite, podem até ter acesso aos círculos mais restritos do trabalho do Presidente dos EUA. Assim, por exemplo, numa reunião do G8, Barney, aliás Barney Bush, teve direito a um cartão capaz de fazer inveja a muitos jornalistas (foto de 16 de Junho de 2004).
Compreende-se que a questão do Presidential Pet da família Obama faça correr tanta tinta — e escusado será lembrar que tal questão é uma das que mais directamente faz passar a imagem emblemática da Casa Branca para o imaginário infantil. Aliás, a esse propósito, vale a pena recordar também que o Vice-Presidente eleito Joe Biden se tornou um alvo preferencial das associações de defesa dos direitos dos animais quando, recentemente, comprou um cão de raça (pastor alemão). Os muitos protestos, nomeadamente da PETA — lembrando a necessidade de dar um destino aos animais abandonados e recolhidos em abrigos —, levaram mesmo Biden a reconsiderar, decidindo adoptar um segundo cão, agora de linhagem menos apurada.
A Casa Branca apresenta muitas e deliciosas memórias visuais dos Presidential Pets, com imagens que começam com um dos póneis de Tad Lincoln, filho de Abraham Lincoln (1861-65). Eis uma fotografia desses arquivos: são as ovelhas que o Presidente Woodrow Wilson (1913-21) decidiu instalar nos relvados da Casa Branca — aparando regularmente a relva, as ovelhas serviam de exemplo de pedagógica contenção de despesas, neste caso com o pessoal encarregado das tarefas de manutenção dos jardins da Casa Branca.