Como ser uma estrela e... sobreviver ao seu próprio estatuto? — este texto foi publicado no Diário de Notícias (27 de Dezembro).
Com a estreia do filme Sim! (Yes Man), de Peyton Reed, voltamos a deparar com esse bizarro paradoxo: por um lado, reencontramos Jim Carrey, sem dúvida um dos mais fabulosos actores que o cinema americano revelou nos últimos vinte anos; por outro lado, continuamos a perguntar por que razão tanto talento continua a ser esbanjado em filmes que, mesmo quando partem de ideias sugestivas (um homem negativista que decide adoptar o “sim” como princípio de vida), acabam por se submeter aos clichés da comédia mais banal e repetitiva. Vale a pena lembrar que o nome de Carrey está ligado a pelo menos dois filmes fulgurantes, exemplares da sua espantosa versatilidade: A Vida em Directo (1998), de Peter Weir, e Homem na Lua (1999), de Milos Forman. O certo é que a sua imagem associada a títulos menores como Ace Ventura (1994) parece emergir sempre como uma condicionante artística. A sua carreira à deriva reflecte um drama insólito: a perda de poder de algumas grandes estrelas numa conjuntura em que os filmes de “acção” privilegiam os efeitos especiais contra os actores.
Com a estreia do filme Sim! (Yes Man), de Peyton Reed, voltamos a deparar com esse bizarro paradoxo: por um lado, reencontramos Jim Carrey, sem dúvida um dos mais fabulosos actores que o cinema americano revelou nos últimos vinte anos; por outro lado, continuamos a perguntar por que razão tanto talento continua a ser esbanjado em filmes que, mesmo quando partem de ideias sugestivas (um homem negativista que decide adoptar o “sim” como princípio de vida), acabam por se submeter aos clichés da comédia mais banal e repetitiva. Vale a pena lembrar que o nome de Carrey está ligado a pelo menos dois filmes fulgurantes, exemplares da sua espantosa versatilidade: A Vida em Directo (1998), de Peter Weir, e Homem na Lua (1999), de Milos Forman. O certo é que a sua imagem associada a títulos menores como Ace Ventura (1994) parece emergir sempre como uma condicionante artística. A sua carreira à deriva reflecte um drama insólito: a perda de poder de algumas grandes estrelas numa conjuntura em que os filmes de “acção” privilegiam os efeitos especiais contra os actores.