Acaba de chegar a disco uma nova colecção de temas inéditos de Arthur Russell. A Love Is Overtaking Me revela-nos, através de 21 temas gravados entre 1973 e 1990, uma outra face menos conhecida do músico que morreu, em 1992, aos 40 anos de idade. Muitas destas gravações (parte delas datadas dos anos 70) mostram Arthur Russell entregue à composição de canções de recorte mais clássico, muitas delas apresentadas em versões simples, para voz e guitarra acústica, algumas outras com o inevitável violoncelo. Há ainda registos com banda e um breve retrato da etapa final da sua obra, gravada em estúdio caseiro entre novas máquinas. A fragilidade da voz, a delicadeza da composição, a tocante forma de expressar um mundo interior (muitas vezes fechado) através de canções são presença já conhecida de discos anteriores. Aqui, porém, num conjunto de gravações onde o minimalismo de meios em nada diminui a intensidade de uma figura única que os últimos anos nos têm dado a conhecer com maior profundidade. O documentário Wild Combination: A Portrait of Arthur Russell, estreado na edição deste ano do Festival de Berlim mostrou já imagens do espaço de vida privado de Arthur Russel, precisamente o cenário onde estas canções foram criadas, gravadas e, muitas delas, desde então arquivadas. Tom Lee, que viveu com Arthur Russell desde 1980 e hoje detém o seu legado artístico, é o responsável pela criação desta nova e magnífica compilação de memórias “perdidas”, agora finalmente reveladas. O mundo de Arthur Russell conhecerá nova janela de exposição em 2009, quando for publicado o livro Hold On to Your Dreams: Arthur Russell and the Downtown Music Scene, 1973-9, biografia, já anunciada, que será assinada por Rim Lawrence.
quinta-feira, novembro 13, 2008
O outro mundo de Arthur Russell
Acaba de chegar a disco uma nova colecção de temas inéditos de Arthur Russell. A Love Is Overtaking Me revela-nos, através de 21 temas gravados entre 1973 e 1990, uma outra face menos conhecida do músico que morreu, em 1992, aos 40 anos de idade. Muitas destas gravações (parte delas datadas dos anos 70) mostram Arthur Russell entregue à composição de canções de recorte mais clássico, muitas delas apresentadas em versões simples, para voz e guitarra acústica, algumas outras com o inevitável violoncelo. Há ainda registos com banda e um breve retrato da etapa final da sua obra, gravada em estúdio caseiro entre novas máquinas. A fragilidade da voz, a delicadeza da composição, a tocante forma de expressar um mundo interior (muitas vezes fechado) através de canções são presença já conhecida de discos anteriores. Aqui, porém, num conjunto de gravações onde o minimalismo de meios em nada diminui a intensidade de uma figura única que os últimos anos nos têm dado a conhecer com maior profundidade. O documentário Wild Combination: A Portrait of Arthur Russell, estreado na edição deste ano do Festival de Berlim mostrou já imagens do espaço de vida privado de Arthur Russel, precisamente o cenário onde estas canções foram criadas, gravadas e, muitas delas, desde então arquivadas. Tom Lee, que viveu com Arthur Russell desde 1980 e hoje detém o seu legado artístico, é o responsável pela criação desta nova e magnífica compilação de memórias “perdidas”, agora finalmente reveladas. O mundo de Arthur Russell conhecerá nova janela de exposição em 2009, quando for publicado o livro Hold On to Your Dreams: Arthur Russell and the Downtown Music Scene, 1973-9, biografia, já anunciada, que será assinada por Rim Lawrence.