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15 anos depois do histórico
Swoon, um dos títulos fundadores do
new queer cinema, o realizador Tom Kalin regressou às longas metragens de ficção com um filme que, como esse outro, é baseado num caso real. Com Julianne Moore como protagonista,
Desejos Selvagens (
Savage Grace no original) apresenta um caso de incesto e matricídio que fez notícia nos anos 70, envolvendo uma família milionária, descendente do inventor da baquelite. No centro da acção, uma mãe dominadora, atormentada por um casamento desfeito. A seu lado um filho frágil, sem rumo. Uma dependência patológica da mãe pelo filho acentua mais ainda o desmoronar de uma funcionalidade que há muito não morava na família, que culmina com uma alegada relação incestuosa, procurando a primeira “curar” a homossexualidade de Antony, então com 25 anos. Este, que exibia sinais de perturbação (fala-se de esquizofrenia com tendências paranóides), acabaria por matar a mãe numa discussão de cozinha com faca pelo meio... Fiel a alguns momentos de um livro que relatou em 1985 este caso (
Savage Grace: The True Story of a Doomed Family, de Natalie Robins e Steven M. L. Aronson), o filme é um olhar frontal, contido nos temperos e sem maquilhagem, sobre uma assombrada tragédia familiar. Conduzido por um ritmo tranquilo, com lugar para cuidada apresentação de personagens, o seu mundo e quotidiano, atento ao pormenor consequente,
Desejos Selvagens acolhe também mais um soberbo trabalho de interpretação por Julianne Moore.