
Quanto mais não seja por razões que têm a ver com o mercado dos “electrodomésticos”, sabemos que são cada vez mais ténues as fronteiras entre televisor caseiro e computador. Agora, a inter-nacionalização das eleições americanas tem permitido observar a crescente contaminação da televisão tradicional pelas muitas variações proporcionadas pela Internet. Não se trata de um fenómeno novo, mas é um facto que tem vindo a gerar novos e muito curiosos registos.
O mais imediato, e também o mais generalizado, tem a ver com a crescente possibilidade de as matérias televisivas serem “trans-feridas” para outros contextos. Isso é particularmente visível em blogs de todas as origens. De facto, várias cadeias de televisão (por exemplo, a CNN ou a NBC) disponibilizam alguns dos seus conteúdos, podendo estes ser colocados (embedded) num qualquer site. Do ponto de vista técnico, é uma operação relativamente simples (trata-se de transferir um código em html) que, além do mais, funciona como mecanismo divulgador do próprio canal que cede as suas matérias informativas.

Nada disto é novo, insisto, nada disto se pode considerar surpreendente. Acontece que a sua proliferação nos permite perceber, em embrião, muitas formas potenciais do futuro mediático. Que é como quem diz: uma crescente contaminação televisiva de muitos discursos jornalísticos, apostando (com mais ou menos imaginação e talento) na sedução imediata da imagem.