
Sobre o que perdemos, outras oportunidades teremos para o avaliar. Seja como for, ganhámos um reencontro com um classicismo tão depurado quanto enérgico, exemplarmente expresso através de um concerto que reuniu Mozart e Richard Strauss [imagem da direita]: o primeiro através da Sinfonia nº 41 (Júpiter), o segundo com o poema sinfónico Ein Heldenleben/Uma Vida de Herói. Inevitável será destacar o reencontro com esta obra que Strauss concluiu em 1898 e que, por assim dizer, desenha uma ponte entre passado e futuro, abrindo para um gosto de transfiguração, melódica e estrutural, que o passar do tempo parece reforçar de modo impressionante. Mesmo não esquecendo que, de Ein Heldenleben, temos acesso a algumas interpretações excepcionais (Karajan, Barenboim, Simon Rattle, etc.), a direcção de Bernhard Klee deixou um rasto de profunda e tocante emoção.