Estes são os protagonistas de uma guerra que está a abalar a BBC e, mais do que isso, o mundo mediático inglês — and beyond...
Resumidamente, conta-se assim — aliás, é contada pela própria BBC: na BBC Radio 2, Russell Brand [primeiro à esquerda] utilizou o seu programa produzido por Jonathan Ross [segundo a partir da esquerda] para reproduzir chamadas telefónicas por ele feitas para a casa do actor Andrew Sachs [terceiro a partir da esquerda], com considerações obscenas sobre a sua neta, Georgina Baillie [à direita].
Resumidamente, conta-se assim — aliás, é contada pela própria BBC: na BBC Radio 2, Russell Brand [primeiro à esquerda] utilizou o seu programa produzido por Jonathan Ross [segundo a partir da esquerda] para reproduzir chamadas telefónicas por ele feitas para a casa do actor Andrew Sachs [terceiro a partir da esquerda], com considerações obscenas sobre a sua neta, Georgina Baillie [à direita].
Consequências práticas, de acordo com as últimas notícias: Ross foi suspenso por três meses, sem vencimento, Brand abandonou a BBC e Lesley Douglas, directora daquele canal de rádio, demitiu-se. A BBC fez publicar um comunicado oficial sobre os eventos, sublinhando a necessidade de manter o mais alto nível de "padrões editoriais".
Conhecíamos, infelizmente, a irresponsabilidade mediática de que Russell Brand era capaz — basta lembrar a sua infeliz intervenção nos últimos Video Music Awards da MTV. Daí que este disparate "jornalístico" não tenha nada de surpreendente (seja como for, importa dizer que, na sequência da sua demissão, Brand já pediu desculpas dos seus actos, através da Sky News — video aqui em baixo). O que importa sublinhar é a salutar contundência da reacção da BBC, separando as águas: uma coisa essencial é, em todos os momentos, saber reforçar as virtudes de um espaço democrático de expressão e comunicação; outra, completamente diferente, é confundir esse espaço com um território de arbitrariedade em que os detentores do poder de emissão, a começar pelos jornalistas, podem utilizar os outros, seja quem for, como instrumento de manipulação, difamação e logro.
É uma exemplar lição de gestão cuja significação ecoa em todos os contextos em que o jornalismo é substituído por ataques à dignidade humana. Mais do que isso: é uma atitude que se afirma inequivocamente contra os efeitos correntes da degradação humana promovida pela reality TV, efeitos sensíveis em todas as áreas do labor jornalístico.