Um preconceito corrente, e correntemente sustentado pelas formas mais ignorantes de jornalismo, obriga a dizer que os franceses só sabem fazer filmes "palavrosos" onde... não se passa nada. Conhece-mos os efeitos práticos de tal preconceito: além de apagar toda a memória experimental do cinema francês (incluindo os tempos lumi-nosos da Nouvelle Vague), esquece o simples facto histórico de a França sempre ter cultivado alguns géneros emblemáticos, nomeada-mente o melodrama (Ophuls, mon Dieu...) e a comédia.
Comédia, justamente, é o que encontramos em Bem-Vindo ao Norte, de Dany Boon, história rocambolesca de um empregado dos correios que se vê obrigado a "emigrar" da Riviera para as paisagens inquietantes do distante Norte, para mais para a zona do desconcertante dialecto dos ch'tis — Bienvenue Chez les Ch'tis é o título original. Com Kad Merad no papel do empregado e o próprio Dany Boon como o primeiro ch'ti que ele encontra, este é um caso exemplar de manutenção de uma tradição — que passa, entre muitos outros, por Fernandel, Bourvil e Louis de Funès — em que o impulso cómico nasce de uma visão descomplexada das próprias diferenças interiores da França. Entrou para a história como o maior sucesso de sempre da produção cinematográfica francesa.
Comédia, justamente, é o que encontramos em Bem-Vindo ao Norte, de Dany Boon, história rocambolesca de um empregado dos correios que se vê obrigado a "emigrar" da Riviera para as paisagens inquietantes do distante Norte, para mais para a zona do desconcertante dialecto dos ch'tis — Bienvenue Chez les Ch'tis é o título original. Com Kad Merad no papel do empregado e o próprio Dany Boon como o primeiro ch'ti que ele encontra, este é um caso exemplar de manutenção de uma tradição — que passa, entre muitos outros, por Fernandel, Bourvil e Louis de Funès — em que o impulso cómico nasce de uma visão descomplexada das próprias diferenças interiores da França. Entrou para a história como o maior sucesso de sempre da produção cinematográfica francesa.