Otto, or Up With Dead People, de Bruce LaBruce. Num registo de sátira, uma abordagem aos universos dos filmes de zombies. Otto é um zombie que regressa à cidade onde viveu, em busca de uma identidade esquecida, embora tenha frestas de memorial. Aí é descoberto por uma realizadora de cinema que com ele deseja fazer uma obra política sobre os zombies gay... Atenção à banda sonora, onde se escutam, entre outros, Antony and The Johnsons e os The Homophones (com Everyone’s Dead). – Sábado, dia 20, às 22.00 (sala 1) e Segunda-feira, dia 22, às 15.30 (sala 1).
A Jihad For Love (na foto), de Parvez Sharma. Um dos mais fortes documentários do ano, integrado no ciclo Religião e Homossexualidade, revela uma série de figuras que, crentes, se confrontadas com uma religião que as condena. Casos contundentes, alguns com dramáticas histórias de vida, numa visão que cruza vários países onde o Islão é a religião dominante. – Domingo, dia 21, às 19.30 (sala 1) e terça-feira, dia 23, às 15.30 (sala 1).
Bi The Way, de Britany Blockman e Josephine Decker. O que é, afinal, a bissexualidade? Numa espécie de road movie, as duas realizadoras cruzam a América em busca de repostas, muitas delas diferentes entre si, mas revelando em comum um comportamento geracional. De resto, à jovem geração americana há quem lhe chame, no filme, a “whatever generation”, expressão que revela uma capacidade de opção que transcende os padrões mais “tradicionais” homo, hetero ou bi... Banda sonora com MGMT, Four Tet ou Architecture in Helsinki. – Segunda-feira, dia 22 às 19.15 (sala 3)
XXY, de Lúcia Puenzo. Filme argentino, revela a história (algo invulgar) de uma adolescente hermafrodita. Alex, assim se chama, vive com os pais numa pequena comunidade litoral no Uruguai. E, ciente da diferença em si, procura, no fundo, que é, afinal?... A visita de um casal (um dos elementos é um cirurgião) trará algumas revelações. E também conflitos. – Terça-feira, dia 23, às 22.00 (sala 1)
Antônia, de Tata Amaral. Hip hop e r&b numa favela de São Paulo? A história de uma banda feminina que nasce entre quatro mulheres de Brasilândia. O inesperado acontece para revelar cenários de violência, homofobia e descriminação. O filme de encerramento da edição deste ano do festival gerou uma série televisiva de sucesso no Brasil e chegou mesmo a definir novas figuras modelo para as jovens brasileiras. Sábado, dia 27, às 21.30 (sala 1).
Além destes destaques, chamamos a atenção para as três sessões da secção Queer Pop, da responsabilidade dos autores deste blogue. Sessões já este sábado e domingo, e ainda uma terceira, sábado dia 27, sempre pelas 18.00 no Cinema São Jorge. Sessões de telediscos comentados por João Lopes e Nuno Galopim.
O programa completo do festival pode ser consultado aqui.