Cruel frivolidade dos tempos — cultivar já não a aparência da estrela, mas transformar o seu ser nessa aparência. Convocando todas as dimensões: visual, iconográfica, dramática. E instalando-nos no nada de tudo isso. Tiffany Claus é a ilustração viva (?) de uma nova profissão do império das imagens: a de se confundir com as imagens de outro(a).
Que é como quem diz: "sósia" de Angelina Jolie, Tiffany Claus passeia por filmes (p.ex.: Meet the Spartans/Uns Espartanos do Pior), programas de televisão (Tyra Banks Show, etc.) e muitas revistas a ilusão carnal de ser Angelina Jolie, nesse processo se desencarnando, e congelando o nosso olhar — somos espectadores do vazio do espectáculo, do entertainment feito buraco negro da sua própria apoteose. Nela contemplamos o cadáver do pós-modernismo: desmistificámos o ser, desmontámos as suas imagens, espalhamos a irrisão em nome do saber — e o olhar de Tiffany Claus devolve-nos o saldo de tudo isso: uma gélida solidão simbólica. Tem um site, claro, e aceita marcações.