segunda-feira, julho 14, 2008

"American Life": escutar, repensar

Ano Madonna - 23
American Life
(releitura de Slant Magazine)


A obra de Madonna não é exactamente um obje-cto recoberto por qual-quer tipo de unanimida-de — não é nem, obvia-mente, alguma vez o poderá ser. Em todo o caso, há uma diferença entre lidar com essa obra como algo que nos questiona (mesmo que a rejeitemos) e encará-la como mero pretexto de difamações pueris (infeliz "especialidade" da Internet). Vale a pena dizer, sobretudo, que há formas de revisitação do trabalho de Madonna que nos podem ajudar a pensar e repensar as dinâmicas internas da cultura popular. Numa dessas revisitações, Sal Cinquemani (Slant Magazine) propõe uma releitura (ou uma "re-escuta") do álbum de menor sucesso comercial de Madonna — American Life, 2003 —, recontextualizando-o num momento particularmente quente da vida política nos EUA. Citação:
>>> Como com quase todos os álbuns de Madonna, à excepção do primeiro, é quase impossível falar da música sem ter em conta o contexto cultural e social que a gerou. Há quem já tenha argumentado que é por isso que a imagem e o marketing da cantora constituíram sempre o foco da sua carreira, desse modo secundarizando a própria música, mas penso que esse facto apenas reforça a condição de Madonna como uma verdadeira artista. A arte sem contexto cultural é como a guerra sem contexto político. E, naquela altura, a política e a própria guerra desempenharam um papel fundamental na construção, no marketing e por fim na percepção e no consumo (ou na falta dele) de "American Life" — isto apesar de, ao longo do álbum, haver muito poucas observações políticas.<<<